Página 2

Volume 20  Edição 907   29 de março de 2020

ROBOTS  E  A  BAIXA

Para a pág. 3



Robots no comando


Em artigo para o MarketWatch, a analista Beth Kindig revela que a desabada deste ano no mercado americano foi a mais rápida de todos os tempos e o que tem levado a isso é a escalada das chamadas "operações por algoritmo", realizadas por computadores.

Março de 2020 teria o recorde de quão rapidamente as cotações cairam num bear market,  tradicionalmente definido quando a queda supera 20%: apenas 16 dias,  considerando o S&P500 no dia 19.   O gráfico acima ilustra a comparação com outras quedas famosas,  inclusive a de 1929,  segunda colocada.

Segundo estudos conhecidos,  80% do mercado foram controlados por máquinas durante a baixa do último trimestre de 2018 e apenas 10% do volume de 2017 foi feito por investidores "humanos".

Apesar da evidência de consequencias negativas, a crescente operação por 

máquinas ou robots foi se tornando prática aceita,  ainda que esta vá ser a primeira vez que conduz a uma recessão economica.

Os gestores profissionais confessam que é difícil competir,  já que antecipar tendências fica mais complicado na medida em que investidores tradicionais vão sendo substituidos por modelos computadorizados.

A analista lembra que a Wells Fargo prevê que robots deverão substituir 200 mil empregos nos próximos 10 anos e o Citigroup formou um laboratório para treinar traders e desenvolvedores para aprendizado via máquinas e inteligência artificial; as maiores instituições financeiras se posicionam,  assim,  para se dar bem  num mercado dominado pelos robots, deixando o cidadão comum com poucas vantagens

A conclusão é de que as máqinas agem de tal maneira que não deixam tempo para que o investidor médio se adapte.

As coisas podem melhorar ou piorar,  mas  há necessidade de uma regulação para os robots.